Em meio a um cenário de iminentes mudanças nas regras para a Carteira de Habilitação, eis que surge mais uma, desta vez, sob a promessa de REVOLUCIONAR o ensino na atividade de treinamento de condutores – aplicativo de aulas para habilitados.
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A promessa
Atualmente existem milhares de pessoas que são HABILITADAS e, por algum motivo (medo, insegurança, trauma…) não conseguem pegar na direção do carro. A proposta do aplicativo (app) é ligar essas pessoas a um instrutor, previamente cadastrado no app.
As aulas não serão online, como alguns estão pensando. Serão aulas PRESENCIAIS com um profissional associado à administradora do app.
Para alguns proprietários de autoescolas, o aplicativo representa grande ameaça para este mercado e coloca os Centros de Formação de Condutores em risco de extinção.
Já os instrutores pensam ser uma oportunidade de complementar o salário recebido das autoescolas, onde estes estão empregados.
Muitos alunos, desacreditados, veem esta inovação como “mais uma forma de extorquir dinheiro da população”, já tanto surrada.
Tantas são as dúvidas em torno dessa ideia que, até agora, pouco se tem esclarecido. Por isso, nós aqui do Autoescola Online fomos em busca de algumas destas respostas.
Veja este texto com as respostas para as 5 principais dúvidas sobre a atividade de instrutor autônomo – aulas para habilitados.
Dúvidas dos instrutores
1. Quem poderá trabalhar como instrutor associado? Seria aberto somente aqueles que têm o curso de formação de instrutor de trânsito?
Resposta: A Constituição Federal diz que “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”, ou seja, trabalhar de instrutor sem a devida formação, no meu entendimento é ilegal.
2. O treinamento acontecerá no carro do próprio instrutor ou em veículo fornecido pela administradora do app? Temos, ainda, que considerar a possibilidade de o aluno querer treinar em seu próprio carro – afinal, é nele que a pessoa enfrenta as dificuldades do dia a dia.
Resposta: O aplicativo é mero mediador entre o prestador do serviço (instrutor associado) ao cliente (aluno). Portanto, todos os recursos necessários para a execução deste serviço será de responsabilidade exclusiva do profissional instrutor, inclusive a disponibilidade do veículo para treinamento.
O aluno poderá fazer aula no veículo próprio, desde que esteja em plenas condições de uso – conservação e documentação.
3. Esse veículo precisará ser identificado de alguma forma, assim como os das autoescolas? Seriam equipados com duplo comando de acionamento de freio e/ou embreagem?
Resposta: Não há a obrigatoriedade de identificação do veículo. Mas é recomendável que isso ocorra, para que outros condutores saibam que ali vai alguém em treinamento e, dessa forma, tenham maior cautela ao transitar próximo a ele.
4. Haveria, entre app e instrutor, algum vínculo empregatício?
Resposta: O aplicativo é mero MEDIADOR entre o prestador de serviços e o cliente. A maneira de prestação deste serviço é equiparada à atividade informal de um trabalhador autônomo.
5. Como seriam controladas as aulas e como aconteceriam os repasses ou pagamento aos instrutores, das aulas ministradas? Qual a comissão, ou percentagem, será repassada ao instrutor?
Resposta: Todas as aulas e/ou pacotes de aulas, serão vendidos por meio do próprio aplicativo que fará o controle do número de aulas ministrados por cada instrutor. Os valores serão administrados pelo próprio gestor do app e os respasses acontecerão periodicamente – prazo a definir.
Estima-se que 75% do valor total bruto com as vendas das aulas serão repassados ao instrutor que as ministrou.
Neste vídeo você verá um bate papo com as respostas a várias dúvidas acerca da atividade de aulas para habilitados.
Dúvidas dos alunos
1. É necessário se cadastrar para solicitar o treinamento oferecido pelo app?
Resposta: Sim. O usuário vai baixar o aplicativo e, nesta ocasião, serão exigidos dele alguns dados como: nome, endereço, CPF e outros.
Esses dados, além de alimentar o sistema com informações úteis para a ligação deste aluno com um instrutor mais próximo, servirão, também, para manter o prestador do serviço informado sobre a pessoa com a qual ele está se relacionando.
2. Como será feito o pagamento das aulas? Existirão pacotes com X números de treinamentos?
Resposta: A proposta é que o app ofereça, ao usuário (aluno), alguns pacotes com uma quantidade pré-estabelecida de aulas. O aluno é que vai decidir qual o pacote mais interessante para a sua preparação.
3. Haverá um planejamento de aulas a ser cumprimdo ou as aulas acontecerão avulsas?
Resposta: Até agora, a única empresa que se manifestou sobre a disponibilidade desse app, não demonstrou algo que pudesse nos levar ao entendimento de que haverá plano de aulas.
O app vai disponibilizar alguns pacotes de aulas e o aluno é que decidirá qual deles adquirir.
4. Numa hipotética situação de assédio por parte do instrutor, quem se responsabilizará pelo ocorrido?
Resposta: A empresa administradora do app se classifica como mera mediadora nessa relação de prestação de serviço e, portanto, não se vê responsável por quaisquer tipos de eventos que venham ocorrer nesse sentido.
5. Se o aluno não gostar do instrutor, será possível trocar? Como isso acontecerá? O app vai oferecer alguma forma de avaliação do serviço prestado pelo seu colaborador?
Resposta: Sim. O aluno poderá avaliar a prestação do serviço pelo instrutor, classificando-o com o número de 1 a 5 estrela, onde 1 é totalmente insatisfeito e 5 equivale a totalmente satisfeito.
Caso o aluno não se sinta à vontade ou não goste da maneira como as aulas estão sendo ministradas, ele pode solicitar a troca imediata do instrutor.
Prós e contras
É inegável que a tecnologia tem feito parte das nossas vidas a cada dia mais. Entretanto, a forma como ela é utilizada é que vai definir se para bem ou mal.
Desbravar este mercado, dessa maneira tão inovadora, sem dúvida é algo que enche os olhos de qualquer empreendedor. Mas sem um DIFERENCIAL relevante, não passará de apenas mais uma forma de vender aulas.
Conclusão
A grande carência desse mercado não está na tecnologia a ser utilizada, mas em algo que realmente venha REVOLUCIONAR a maneira como o ensinamento tem sido aplicado nestas pessoas.
É imprescindível que, antes mesmo de vender uma única aula, sejam considerados os diversos fatores que levam estas pessoas a não dirigirem, mesmo sendo elas legalmente habilitadas para isso.
Fatores emocionais, comportamentais ou cognitivos não podem ser trabalhados e corrigidos sem que haja uma pré avaliação minuciosa das dificuldades de cada pessoa como sendo alguém único.
É importante considerar que para cada indivíduo, para cada problema, para cada dificuldade há inúmeras formas de se trabalhar e corrigi-los.
A depender das peculiaridades de cada caso, será necessário um plano de aulas muito bem desenhado que deverá ser seguido com todo a cautela e habilidade que só os excelentes profissionais podem desenvolver.
Finalmente, torço para que essa não seja uma oportunidade de inovar somente na tecnologia, mas na maneira como os condutores são treinados, preparando-os efetivamente para as tantas adversidades do trânsito.
E você, o que acha desta ideia? É a favor ou contra? A depender das respostas, nós podemos considerar a possibilidade de disponibilizar um app com aulas padrão Ronaldo e Fabiana – o que você acha disso?
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A auto escola pode trocar meu instrutor mesmo nao tendo tetminado o curso e nao sendo a minha vontade