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Essa tal Mobilidade...

Apesar de usarmos com grande frequência a palavra trânsito, defendo que aos poucos, ela entre em desuso, especialmente entre os profissionais que pensam no crescimento ordenado das cidades, pois o conceito de mobilidade é mais amplo e abrange uma escala maior no processo de circulação das pessoas. Quando se fala em mobilidade, estamos falando em trânsito, transportes, uso e ocupação do solo e acessibilidade, por isso, fundamental entender a mobilidade como um processo sistêmico das diversas formas de deslocamento.

Atualmente, o sistema de mobilidade humana, pelo papel que representa na vida das cidades e das pessoas, gera problemas e desafia a competência e a criatividade dos governos na busca de soluções compatíveis à necessidade diária de deslocamentos individuais e ao transporte de produtos, uma vez que estes deslocamentos devem ser realizados com segurança para todas as pessoas que utilizam as vias públicas no exercício de seu direito de ir e vir. Apesar do maior apelo à fluidez, as ações devem priorizar a segurança viária.

Os números da violência nos deslocamentos das pessoas, hoje, são estarrecedores. A cada dia, no mundo, mais de 3.000 pessoas morrem vítimas de lesões resultantes de acidentes (ocorrências). Segundo projeções da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2020 os traumatismos causados por acidentes de trânsito serão a terceira causa de mortalidade e lesões no mundo.

A partir da vigência do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), em 1998, a responsabilidade sobre a mobilidade humana e os problemas a ele associados passaram a ser divididas entre os órgãos e as entidades que compõem o Sistema Nacional de Trânsito (SNT) nas três esferas governamentais, de acordo com as características da infraestrutura e dos modos de transporte.

A mobilidade humana reflete os conflitos existentes em uma sociedade, como: violência, a competição, o individualismo, a velocidade, o crescimento urbano desordenado, o consumismo – necessidade de “ter”, a educação, diferença de classes, ética, cultura da segurança e cidadania, entre outros. Ela não está acima de uma sociedade, é sim, fruto dela. Obra de uma sociedade desigual, desorganizada, carente de valores éticos e morais.

A mobilidade, quando é mencionada por quem faz parte dela, geralmente vem associada a situações de conflito, de infindáveis congestionamentos, de ocorrências e de disputa pelo espaço público. A partir desse entendimento, perceberemos a complexidade que está formada, uma vez que os interesses dos indivíduos variam de acordo com o papel que cada pessoa está desempenhando, ou seja, para o condutor, melhor seria trafegar sem que houvesse fechamento de semáforos, ou melhor, que estes nem existissem, afinal de contas, o interesse dele é chegar ao seu destino o mais rápido possível e com o menor número de obstáculos. Já o pedestre, por exemplo, desejaria um maior número de semáforos nas vias, com tempos de travessia maiores e com fechamentos ainda mais rápidos. O ciclista deseja que os carros passem por ele o mais distante possível enquanto o condutor muitas vezes nem percebe que está ultrapassando um ciclista. O pior de tudo é saber que desempenhamos diversos papéis em um mesmo dia e nossos interesses nos acompanham com eles.

Dessa forma, quando entendemos que as cidades são formadas por pessoas e que a depender do papel que elas ocupam, os conflitos podem se intensificar, vai se formando a consciência de que o interesse da coletividade deve ser respeitado. Não há mobilidade humana sem o exercício diário de cidadania.

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