Coletar imagens, de dentro do carro, durante a prova prática de direção do Detran é algo que, até então, só era possível ao próprio órgão examinador. Mas isso está em vias de mudar.
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Alteração no Código de Trânsito – CTB
Art. 152…………………………………………….. § 5º Durante o exame de direção veicular, será facultado ao candidato ser acompanhado por pessoa de sua preferência. § 6º O acompanhante referido no parágrafo anterior poderá captar áudio e vídeo de todo o exame de direção veicular.
Assim ficará o texto do artigo 152 do Código de Trânsito Brasileiro, com a aprovação do Projeto de Lei 1521/22 da Dep. Federal Adriana Ventura (NOVO/SP).
Justificativa da proposta legislativa
Em 2015, um jogador de futebol, após completar seus 18 anos, declarou para a imprensa que já estava indo aos treinos do time dirigindo seu próprio carro. No entanto, o procedimento para adquirir a carteira nacional de habilitação abrange testes, aulas teóricas e práticas e prova escrita. Tal procedimento pode demorar até 90 dias para ser concluído. Logo, a situação mencionada claramente não condizia com o prazo legal.
Ao apurar as diversas informações, o Departamento de Trânsito do Estado de São Paulo (DETRAN-SP) descobriu, de forma surpreendente, inúmeros atos ilícitos no processo, como iniciar as atividades práticas e teóricas no mesmo dia, o que é legalmente impossível. Além disso, ele conseguiu tirar a sua Carteira Nacional de Habilitação em somente 20 dias, muito abaixo do prazo de fato estipulado para os procedimentos.
Outra situação estranha envolveu o local de retirada da Carteira Nacional de Habilitação, em Hortolândia, localizada no interior da cidade de São Paulo. No entanto, o jogador declarou, em entrevista ao canal Rede Globo, que fez todo o procedimento em Santo André, na Grande São Paulo. Segundo as normas, o motorista deve retirar o documento na mesma cidade onde reside.1
O caso referido é apenas a ilustração de uma problemática que assola os indivíduos que pretendem tirar sua habilitação: a associação entre servidores/examinadores do DETRAN e autoescolas que apostam na reprovação a fim de vender carteiras em troca de pagamento de propinas.
Uma força-tarefa, formada pelo Ministério Público Estadual (MP) e pelo setor de inteligência da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, instaurou inquérito para investigar o esquema de venda de carteiras de motorista no estado. De acordo com a notícia veiculada na internet, as carteiras de habilitação estavam sendo comercializadas em troca de uma propina de R$ 1.000,00.
Com o propósito de tentar barrar a corrupção por meio de pagamento de propinas nos exames de direção, esse Projeto de Lei dá direito ao candidato de ser acompanhado por pessoa de sua confiança, a qual poderá captar por áudio e vídeo todo o procedimento.
Dessa forma, o indivíduo avaliado terá mais segurança durante o seu exame de direção, visto que um terceiro poderá acompanhar e fiscalizar, evitando assim que haja coação para pagamento de propinas.
Conclusão
E você, o que acha dessa proposta? Será que poder filmar o exame seria uma boa solução para evitar tantas reclamações contra “reprovações abusivas”? Ou será que isso causaria ainda mais reclamações e controvérsias?
Seria o “VAR”, dos exames de direção? Pelo menos no futebol, mesmo com o VAR muitas polêmicas envolvendo decisões erradas de arbitragem ainda estão acontecendo!
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Como controlar o nervosismo na hora da prova de direção do Detran
Há mais de 22 anos trabalhando como instrutor de trânsito, eu posso afirmar que o principal motivo de reprovação é o descontrole emocional. Mas como vencer isso?
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Transtornos psicológicos e emocionais
É comum pessoas desistirem dos seus sonhos por conta de traumas psicológicos causados pelo fantasma da AVALIAÇÃO. Seres humanos não foram preparados psicologicamente para ser avaliados.
Esse tipo de condição gera NERVOSISMO, ANSIEDADE e outras SENSAÇÕES ESTRANHAS, tanto física quanto psicologicamente.
Perda de rendimento na hora da prova
Inicialmente vamos refletir sobre a pressão psicológica que acontece no momento do exame prático de direção. É tão temeroso que, quase sempre, se transforma num “pesadelo” para aqueles que buscam a sua habilitação.
O desequilíbrio emocional é, comprovadamente, responsável por um déficit de, pelo menos, 30% do rendimento na hora da prova. Logo, a reprovação acontece mais por conta desse desequilíbrio do que pela falta de domínio com o veículo.
De onde vem este “fantasma”?
De certo modo, esse “fantasma” não aparece do nada. Ele é consequência de uma série de fatores que nos levam a criá-lo dentro de nossas mentes.
Problemas tais como gastos financeiros, cobrança de parentes e amigos, baixa autoestima e até a ansiedade pela realização desse sonho, são responsáveis pelo comprometimento do aspecto emocional.
Isso facilmente se torna num trauma quase irreversível. Motivo pelo qual muitas pessoas adiam ou até desistem do seu objetivo.
Porque acontece aquele “deu branco”?
Nesse contexto, algo comum é ouvir pessoas dizendo: “Me deu branco”!
Manobras que eram facilmente executadas durante as aulas, na hora H, com o examinador do lado, não funcionam.
As pernas tremem e a gente esquece de coisas simples, como por exemplo: como se liga o carro! Colocar o cinto de segurança… sem chance de lembrar!
São candidatos que sabem dominar o carro na presença do instrutor, mas diante do examinador se sentem totalmente fragilizados e incapazes.
Alguns dos principais motivos que têm levado à reprovação estão ligados ao DÉFICIT DE ATENÇÃO, justamente causado pelo choque emocional sentido na hora da prova.
Dirigir bem não é só dominar o veículo
O ato de dirigir requer tomada de decisão, atenção constante, memória adequada e raciocínio rápido. É indispensável que estejamos bem emocionalmente para que consigamos avaliar e decidir sobre como agir corretamente na condução do veículo.
Considerando uma perda de 30% no rendimento e sabendo que a média para aprovação fica em torno de 70%, podemos deduzir que o ideal seria que chegássemos o mais próximo possível dos 100% durante as aulas e, para isso, o número de treinos costuma ser INSUFICIENTE.
Infelizmente, os INSTRUTORES são excelentes na preparação para o domínio com o veículo, mas quase nada eficientes no que diz respeito à preparação psicológica / emocional.
O papel do Psicólogo
Em alguns casos mais extremos, quando o instrutor não consegue ajudar o aluno a superar o BLOQUEIO criado por algum trauma ou experiência negativa que tenha vivido, é importante a assistência do profissional psicólogo.
Algumas autoescolas, sabendo da relevância dessa intervenção psicológica no aprendizado do aluno, já dispõe de um profissional psicólogo para ajudar – na maioria das vezes oferecido gratuitamente.
O psicólogo conhece as dificuldades que, normalmente, assolam aqueles que estão em busca da habilitação e, com algumas sessões, consegue fazer com que se sintam capazes de enfrentar e vencer seus traumas.
Com a ajuda do Dr. Eriston Mourão, especializada nesses casos, deixo três dicas que vão te ajudar a combater esse problema.
Prepare o dia do seu exame
Pode parecer clichê, você já deve ter ouvido aquela frase “corpo são, mente sã” – então, é a mais pura verdade. É muito importante que você se mantenha tranquilo, se alimente adequadamente e organize seu tempo.
Evite possíveis imprevistos ou aborrecimentos e chegue com ANTECEDÊNCIA.
Já na área de exame, acomode-se num local mais reservado – fuja de conversas paralelas que possam desencadear emoções apreensivas. Afinal estão todos em momento avaliativo, assim como você, e o nervosismo deles certamente vai te contaminar.
Cuide dos seus pensamentos
Procure silenciar sua mente – ficar pensando em possíveis “erros” não vai te ajudar em nada.
Prefira pensamentos repetitivos como “Eu posso; Eu quero; Eu consigo”.
Isso ativa emoções POSITIVAS que fortalecem a sua autoconfiança e envia mensagens que estimulam o seu cérebro a executar corretamente aquilo que você aprendeu.
Execute as ações devagar
Durante o seu exame, faça tudo devagar. Você está em um momento avaliativo, são muitas as informações a serem processadas e executadas, seu cérebro precisa de tempo para processar e executar os comandos recebidos.
Fazer devagar vai te auxiliar na concentração e inibir possíveis falhas de memória.
A cada comando do examinador, procure primeiro pensar no que vai fazer para depois agir.
Lembre-se, você treinou e se preparou durante as suas aulas. Agora é hora de dar o seu melhor e lembrar que esta não é a única nem a última oportunidade. Portanto, confie no seu potencial, mas não se autopressione.
Conclusão
Com essas dicas espero conseguir te ajudar pelo menos um pouco, para a superação desse problema que assombra a você, assim como a maioria das pessoas NORMAIS. Isso mesmo, pessoas normais que têm sentimentos, medos e responsabilidades.
Costumo dizer que “atrás do volante existe uma “cabeça que precisa estar bem para guiá-lo” – e se você chegou até aqui é porque VOCÊ É CAPAZ!
Um excelente exame para você!
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Este é o quarto texto de uma série onde nós estamos mostrando tudo que você precisa saber antes de começar as suas aulas de direção na autoescola.
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Temas a serem tratados nos textos
Nesta série nós vamos trabalhar com os seguintes temas, acerca das aulas de direção na autoescola:
O que será avaliado na exame de direção do Detran.
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O que os alunos pensam x como realmente é
A visão que as pessoas têm, quando pensam em tirar a carteira de motorista, é que vão chegar lá e treinar muita baliza, controle de embreagem na ladeira, marcha à ré, alinhamento ao meio fio e mais um monte de manobras.
Entretanto, o processo para conseguir a tão sonhada habilitação vai muito além disso. Aliás, posso afirmar que manobras com o veículo não representação 10% do que realmente é importante para a aprovação nos exames.
Como a proposta deste texto é esclarecer acerca do exame prático de direção veicular, NÃO vamos aqui nos adentrarmos nas outras etapas do processo de habilitação (trataremos disso em outras oportunidades).
Como é feito o exame de Direção no Detran
O exame de direção no automóvel é realizado em duas etapas:
1. BALIZA – essa é, sem dúvida, o grande “bicho-papão” para os candidatos ao exame. Mas, apesar do pânico criado em torno dessa manobra, posso afirmar que ela NÃO É o principal motivo de reprovação. Portanto, não há motivo se preocupar com ela.
A baliza para exame é uma manobra realizada em local com medidas pré-determinadas, onde o candidato simplesmente precisa repetir uma sequência ordenada de passos e se orientar por referências visuais demarcadas no veículo e isso é treinando dezenas, talvez centenas, de vezes – em 99% dos casos se resume em mera “decoreba”.
P.S. Já fiz pessoas que não sabem sequer arrancar com o carro, colocarem o veículo naquela vaga estabelecida para o exame de direção.
2. PERCURSO – é com essa etapa que realmente o aluno deve se preocupar. Nela serão avaliados VÁRIOS quesitos daquele aspirante à CNH.
Para essa avaliação, o Contran criou uma lista de FALTAS que geram pontuação negativa para o candidato que as comete. E é sobre esta lista que nós vamos mostrar agora.
Faltas que mais reprovam no exame de direção
Para ser aprovado no exame de direção o aluno NÃO PODERÁ cometer FALTAS ELIMINATÓRIAS ou EXCEDER a três (3) pontos negativos, calculados com base nos seguintes critérios:
Uma Falta Eliminatória – Reprovado
Cada Falta Grave – 3 Pontos Negativos
Cada Falta Média – 2 Pontos Negativos
Cada Falta Leve – 1 Ponto Negativo
FALTAS ELIMINATÓRIAS
desobedecer à sinalização semafórica ou de Parada Obrigatória;
avançar sobre o meio fio;
não colocar o veículo na área balizada, em no máximo três tentativas, no tempo estabelecido;
avançar sobre o balizamento demarcado quando do estacionamento do veículo na vaga;
transitar em contramão de direção;
não completar a realização de todas as etapas do exame;
avançar a via preferencial;
provocar acidente durante a realização do exame;
exceder a velocidade regulamentada para a via;
cometer qualquer outra infração de trânsito de natureza gravíssima.
FALTAS GRAVES
desobedecer à sinalização da via, ou ao agente da autoridade de trânsito;
não observar as regras de ultrapassagem ou de mudança de direção;
não dar preferência de passagem ao pedestre que estiver atravessando a via transversal para onde se dirige o veículo, ou ainda quando o pedestre não haja concluído a travessia, mesmo que ocorra sinal verde para o veículo;
manter a porta do veículo aberta ou semiaberta durante o percurso da prova ou parte dele;
não sinalizar com antecedência a manobra pretendida ou sinalizá-la incorretamente;
não usar devidamente o cinto de segurança;
perder o controle da direção do veículo em movimento;
cometer qualquer outra infração de trânsito de natureza grave.
FALTAS MÉDIAS
executar o percurso da prova, no todo ou parte dele, sem estar o freio de mão inteiramente livre;
trafegar em velocidade inadequada para as condições adversas do local, da circulação, do veículo e do clima;
interromper o funcionamento do motor, sem justa razão, após o início da prova;
fazer conversão incorretamente;
usar buzina sem necessidade ou em local proibido;
desengrenar o veículo nos declives;
colocar o veículo em movimento, sem observar as cautelas necessárias;
usar o pedal da embreagem, antes de usar o pedal de freio nas frenagens;
entrar nas curvas com a engrenagem de tração do veículo em ponto neutro;
engrenar ou utilizar as marchas de maneira incorreta, durante o percurso;
cometer qualquer outra infração de trânsito de natureza média.
FALTAS LEVES
provocar movimentos irregulares no veículo, sem motivo justificado;
ajustar incorretamente o banco do veículo destinado ao condutor;
não ajustar devidamente os espelhos retrovisores;
apoiar o pé no pedal da embreagem com o veículo engrenado e em movimento;
utilizar ou interpretar incorretamente os instrumentos do painel do veículo;
dar partida ao veículo com a engrenagem de tração ligada;
tentar movimentar o veículo, com a engrenagem de tração em ponto neutro;
cometer qualquer outra infração de natureza leve.
Conhecidas as faltas e suas respectivas gravidades, peço que atente para aquelas que estão destacadas pela cor vermelha.
Essas são as FALTAS MAIS COMETIDAS durante os exames de direção e também as responsáveis por 99% das reprovações – PRESTE MUITA ATENÇÃO nessas faltas.
Peça ao seu instrutor para te orientar e também te avaliar, constantemente, em relação a elas.
Conclusão
A minha sugestão é que você se preocupe muito menos com baliza e manobras, e passe a focar mais nos itens que serão avaliados durante a etapa de PERCURSO seu exame – principalmente as destacadas em vermelho, neste texto.
Este foi nosso último encontro desta série para candidatos à habilitação. Mas estamos abertos a sugestões de novos temas. Portanto, deixe aqui embaixo a sua sugestão. Será um prazer compartilhar um pouco do nosso conhecimento com você.
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“Você não nasceu pra coisa, não adianta insistir” – Foi exatamente isso que a Carol ouviu quando tentou tirar a sua habilitação. Traumatizada, resolveu desistir do seu sonho.
Essa é a história real da nossa personagem de nome fictício “Carol”. – Os fatos são verdadeiros e contam o que acontece com milhares de pessoas Brasil afora.
Em meados de 2001, quando eu ainda atuava como instrutor em uma autoescola do interior de Minas Gerais, uma amiga de infância me procurou, triste, chorosa, e me disse que precisava muito aprender a dirigir para levar a sua mãe às sessões de fisioterapia que aconteciam diariamente.
Relatou que há poucos meses havia iniciado seu processo para obtenção da habilitação em outra autoescola – morávamos em cidades diferentes e, por isso, não foi possível que tivesse me procurado antes.
Já aprovada no exame teórico, estava em treinamento nas aulas práticas de direção (automóvel) quando lá pela vigésima aula, ainda com pouco domínio sobre o veículo e apreensiva pelo fato de não conseguir absorver bem as orientações, seu instrutor a surpreendeu com os seguintes dizeres: “Carol, nem todo mundo tem o dom para dirigir. Isso é como jogar futebol… se não nasceu pra coisa, não adianta insistir. Você vai gastar o seu dinheiro à toa”.
Isso havia ocorrido já há algumas semanas, mas aquela cena ficou gravada em sua memória de tal forma que não conseguia mais pensar em pegar novamente no volante de um carro.
Conversei um pouco com ela… procurei entender todo o processo desde quando ela pensou em iniciar esta caminhada… e descobri que ela nunca havia dirigido antes da autoescola – Percebi que além desse desafio, agora nós tínhamos outro: Superar o trauma causado por conta do que aconteceu.
Sempre tive comigo que a maior virtude do bom instrutor é saber preparar psicológica e emocionalmente o seu aluno. Se a autoestima está elevada, as coisas fluem muito mais facilmente – o aprendizado torna-se natural e prazeroso. Apesar disso ser óbvio, por incrível que pareça, tem muitos profissionais que fazem o contrário: Detonam com o emocional do seu aluno.
Como ponto de partida, eu disse a ela o seguinte: “Carol, o ser humano é uma criatura incrível! Quando a gente quer algo, e realmente acredita na sua realização, coisas surpreendentes acontecem. Tente focar no seu objetivo. Lembre-se que a sua mãe precisa de você… não tem outra pessoa para ajudá-la… é você que vai precisar fazer isso… e eu estou aqui para encarar esse desafio com você… topa?”.
Marquei as primeiras aulas e logo na primeira já deu pra perceber o tamanho do trauma que ela estava passando. Totalmente apreensiva… não conseguia nem olhar para os lados (pescoço duro). Dava pra notar que a sua vontade era se esconder em algum lugar onde ninguém pudesse a ver.
Não ousei pedir qualquer coisa relacionada à dirigir. Apenas passei as instruções básicas para que ela colocasse o veículo em movimento e, sem me preocupar sequer com a marcha que estava usando, me limitei a ficar atento para que nenhum risco fosse oferecido ao trânsito ou a nós.
Enquanto isso, comecei a conversar sobre fatos da nossa infância, coisas que traziam à mente boas memórias. Logo, ela começou a relaxar e antes que terminasse essa primeira aula já dava para perceber que estava menos tensa.
No intervalo entre uma aula e outra, tomamos café, água e conversamos mais alguns minutos até que ela não resistiu e perguntou: “E aí… você acha que eu tenho condição de aprender a dirigir”?
Respondi: “Eu nunca tive dúvida… e depois dessa aula de hoje, eu já consigo, inclusive, te dizer em quantas aulas você vai conseguir alcançar esse objetivo” – claro que a aula realizada não foi suficiente para fazer um planejamento para aquele aprendizado. Mas, com base noutras experiências similares, decidi chamar a responsabilidade pra mim. Afirmei que com 15 aulas nós conseguiríamos chegar ao nosso objetivo.
Nas duas aulas seguintes ela ainda apresentou alguma tensão, mas a partir da 4ª aula o trauma parecia ter sido abrandado, e foi aí que eu comecei efetivamente o seu treinamento.
Mergulhei de cabeça naquele desafio… usei todas as minhas estratégias e confesso que tive até que desenvolver algumas inéditas, exclusivamente para ela – tudo isso para que eu não precisasse exigir dela mais do que o seu natural.
Para se ter uma ideia, só na baliza eu tentei mais de dez formas diferentes até encontrar uma que se adequasse ao seu perfil. Sempre que dava errado, eu chamava pra mim a responsabilidade dizendo que a forma que eu passei não estava correta e por isso ela errou. Até que, enfim, consegui achar o jeito dela e aí a coisa engrenou.
O trabalho emocional desenvolvido foi tão forte que nas últimas aulas ela já nem falava mais no episódio ocorrido com seu outro instrutor. Estava com a moral elevada… autoestima reestabelecida… voltou a acreditar que era capaz!
Eis que chegou, então, o dia da sua avaliação no Detran. Nesta ocasião, um dos questionamentos inevitáveis é sobre qual examinador é melhor ou pior. A chamei para um lugar mais reservado – longe dos “chiquinhos nuvem preta” de plantão – para evitar que ouvisse coisas que viessem a desequilibra-la emocionalmente. Usei uma tática arriscada: Disse a ela que o melhor examinador era o fulano de tal (sendo que este era o pior) – vai que ela cai na mão dele (pensei)… pelo menos assim estaria mais tranquila achando que estava com um bom examinador.
Fiquei pedindo a Deus que ela não caísse com o dito cujo. Mas, quem disse que a vida é fácil! Não deu outra, a assombração a chamou.
Pronto, agora é torcer para que tudo dê certo (pensei). Tinha minha consciência tranquila de que havia dado o meu máximo.
Antes dela entrar no carro eu disse: “Carol, você se dedicou muito durante o treinamento. Não há o que temer, você está preparada. Sua aprovação virá de qualquer jeito. Se será hoje ou em outra oportunidade, depende dos planos de Deus para sua vida.”
Aquele examinador era muito temido por todos. Mas eu via nele uma coisa que me “agradava”: Ele sempre avaliava conforme a realidade cotidiana de qualquer motorista. Se por um lado isso fugia às técnicas engessadas usadas nas provas do Detran, por outro eu sabia que bastava dirigir naturalmente para agradá-lo.
Logo na saída ela precisava entrar à direita noutra rua, e pela calçada, na mesma direção do seu carro, vinha uma senhorinha, de mão dada com seu (possivelmente) netinho, bem decidida a atravessar. E como a Carol vinha pelas suas costas (ambas no mesmo sentido) essa senhorinha não estava vendo o carro, e a iminência dela entrar na frente, com o seu netinho, era grande.
Meu coração quase saiu pela boca! Mas, foi aí que o triunfo aconteceu: A Carol parou o carro calmamente e aguardou a senhorinha atravessar com o seu netinho sem que ela nem percebesse que o carro estava por ali.
O examinador olhou pra Carol, e como ainda estavam muito próximos do ponto inicial do exame, foi possível ouvi-lo dizendo: “Encoste o carro ali”. Dali alguns segundos chega a Carol pulando e gritando de alegria! ELA CONSEGUIU PASSAR NA PRIMEIRA TENTATIVA COM O CARRASCO DOS EXAMINADORES.
Confesso que foi uma das aprovações mais sensacionais que eu presenciei em toda a minha carreira como instrutor – e olha que tive mais de 10 mil alunos! Fiquei realmente emocionado! É como seu eu tivesse tirado uma montanha de sobre os ombros! Sentia a agradável sensação de dever cumprido e eu sabia que todo o mérito é do mestre maior: DEUS! Foi Ele quem fez que tudo acontecesse assim… e quando os planos são dEle, ninguém, nem nada pode mudar.
E adivinha qual foi a primeira coisa que a Carol fez depois de me dar um abraço e dizer que tinha conseguido: LIGOU PARA O SEU EX INSTRUTOR E DISSE QUE TINHA PASSADO… E DE PRIMEIRA!
Não contei essa história para me engrandecer – até porque o mérito nem foi meu – mas para mostrar para você aluno, ou você instrutor, que subestimar a capacidade do ser humano, de fato, não é uma decisão inteligente. Portanto, entregue-se, mergulhe sem medo em busca dos seus objetivos e, no final, verá que alcançou resultados inimagináveis.
Uma realidade com a qual tive que conviver durante 20 anos atuando como instrutor foi ver o aluno (candidato à habilitação) sendo treinado com o único objetivo de PASSAR NA PROVA DO DETRAN. Por que acontece assim? Será que esta é a forma correta de trabalhar com esses futuros motoristas?
Acha difícil passar na prova do Detran? Conheça nosso curso online que já ajudou milhares de pessoas a superarem esta barreira.
Primeiramente devo esclarecer que a proposta do título não se refere a TODOS os CFCs (Centro de Formação de Condutores), mas a um PADRÃO estabelecido pela maioria deles.
Quando eu disse: “realidade com a qual tive que conviver” – é porque foi exatamente assim que eu vi acontecer. As autoescolas NÃO estão formando condutores, mas, apenas preparando os candidatos para passarem na prova e obterem suas habilitações.
Na busca por respostas que expliquem este cenário, consegui relacionar algumas causas, sobre as quais dissertarei no desenrolar deste texto.
ANSIEDADE DO ALUNO EM TREINAR O QUE SERÁ COBRADO NA PROVA
Antes mesmo de iniciar as aulas de direção o aluno já começa a matutar como será a tal da BALIZA. Isso sem falar na parada sem freio (na subida); na marcha à ré alinhada ao meio-fio; na manobra de garagem; entre tantas outras.
Isso se torna quase que um pesadelo para o aluno. Dorme e acorda pensando nas ‘benditas” manobras. – Com isso, você acha mesmo que o aluno vai querer treinar outra coisa?! Tem aluno que mal sabe ligar o carro e já pergunta para o instrutor: “quando é que nós vamos treinar baliza?”
Importante entender que o aprendizado é como uma escada em que, a cada passo, se sobe um degrau, ou seja, se evolui um pouquinho. Não dá pra chegar no vigésimo degrau se você ainda não subiu os primeiros dezenove. Portanto: TENHA CALMA! Ansiedade só vai te atrapalhar.
MANEIRA “TEATRAL” COM QUE O DETRAN CONDUZ O PROCESSO DE HABILITAÇÃO
É fato que os órgãos executivos de trânsito estaduais (Detrans) seguem, no processo de habilitação, as regulamentações do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Indepentemente se Detran ou Contran, bem sabemos que o referido processo é realizado de maneira TOTALMENTE adversa ao que se vê na realidade do trânsito.
Como exemplo, cito a tão temida baliza. Aqui em MG esta manobra é feita entre cones que, apesar de serem colocados respeitando as medidas impostas pelo Contran (resolução 168/04), em nada se assemelham com as que serão feitas depois, no trânsito.
Apesar disso, é uma manobra determinante para a aprovação do aluno, pois se ele não conseguir realizá-la, exatamente dentro dos parâmetros exigidos, será reprovado. – Quantos alunos “bons de volante” eu já vi ser reprovados por conta dessa bizarriice!
EXAMINADORES DESPREPARADOS
Apesar dos examinadores do Detran seguirem o que lhes é regulamentado, estes são seres humanos dotados de inteligência própria. Não podem, ou devem, agir como se estivessem sendo guiados pelo cabresto do Estado, sem qualquer capacidade de discernimento.
Se o aluno entrou na baliza e o carro ficou com a roda de trás dois dedos mais longe que a da frente, qual o risco que isso oferece no trânsito? Será mesmo que ele (examinador), ou mesmo eu (Ronaldo Cardoso), fazemos as nossas balizas medindo os centímetros entre as rodas e o meio-fio?
E quando o aluno quer acertar o carro dentro da vaga e é impossibilitado sob a alegação do examinador (respaldado pelas regras do Detran / Contran) que diz ser proibido executar mais de uma marcha à ré dentro da manobra! Tenha santa paciência, neh, gente!!!
Tenho CNH há mais de 20 anos; sou habilitado em todas as categorias; nunca fui reprovado em nenhum exame – seja teórico ou prático; e quando preciso fazer uma baliza manobro três, quatro, cinco ou mais vezes conforme a necessidade e nem por isso sou mau motorista ou coloco o trânsito em risco. Portanto, já passou da hora do Contran / Detran literalmente “cair na real”.
INSTRUTORES SEM AUTONOMIA
Se o Contran regulamenta como se estivesse escrevendo um roteiro de uma apresentação circense; se os examinadores se omitem insistindo em serem guiados como seres irracionais; se os alunos, pressionados (ou impressionados, rsrsr) por tudo isso, não conseguem se livrar da “assombração do exame de direção”… não seriam os instrutores os “heróis da nação”… rsrs.
Pertencentes à uma classe desacreditada, desvalorizada e de pouca (ou nenhuma) voz ativa, estes profissionais ficam entre os equívocos do Estado e a necessidade de aprovação dos alunos, sem poder sequer tentar algo diferente, sob o risco de serem crucificados.
Contudo, chamo a atenção quanto à omissão frente aos despropósitos do Estado. Já vi acontecer – várias vezes – de o aluno ser injustiçado, seja por questão errada na prova teórica ou ação equivocada do examinador, e o instrutor ficar calado. NÃO FAÇA ISSO! Não seja conivente com os despautérios do Estado. – Viu que está errado, RECLAME – coloque no papel e recolha contraprova para se resguardar futuramente.
Eu sei que muitos têm medo de sofrer represália (e isso acontece), mas se omitir diante de manifesta injustiça, te coloca numa posição de covarde. Seja corajoso para se manifestar respeitosamente; mas, também, seja coerente se portando como um profissional de respeito.
AUTOESCOLAS PREOCUPADAS COM O ÍNDICE DE APROVAÇÃO
Se para o aluno o que importa é passar na prova, para a autoescola o índice de aprovação é a alma da sua propaganda. Afinal, quem em sã consciência vai querer se matricular num CFC que pouco aprova?!
Apesar disso, chamo a atenção dos gestores (proprietários de autoescolas) para que procurem oferecer condições adequadas de trabalho aos os seus profissionais. Que busquem alternativas para aprimorar o ensino oferecido em seu CFC. Promovam reciclagens recorrentes aos seus profissionais; Disponibilizem veículos conservados e apropriados para o treinamento; salas de aulas amplas, claras, ventiladas e com recursos audiovisuais inovadores; – Tudo isso conta para a formação adequada de condutores e não simplesmente preparação de alunos para prova do Detran.
ALTO CUSTO PARA TIRAR A HABILITAÇÃO
Outro fator, não menos relevante, que explica a NÃO preparação do aluno para o trânsito, é o número limitado de aulas. Apesar do Contran estabelecer o número MÍNIMO de 25 treinos, nada impede que o aluno faça mais. Porém, dificilmente este poderá (ou pretende) fazer mais que isso, justamente por causa dos custos.
Atualmente uma aula de direção custa em torno de R$ 50,00 e, se para o CFC este valor pode parecer baixo, para o aluno isso gera um impacto financeiro gigantesco. O pior é que a cada ano está ficando mais caro. Grande parte da culpa pode ser atribuída às imposições pífias, utópicas e mal pensadas do Contran que, na maioria da vezes, servem, meramente, para burocratizar e encarecer o processo.
CONCLUSÃO
Percebe-se que o problema vai muito além do simples jargão: “As autoescolas só preparam para a prova”. Trata-se de um problema sistêmico onde quem tem o “poder” de resolvê-lo parece não o dar a devida importância.
O que se tem visto, no trânsito, são motoristas cada vez menos preparados, psicológica e habilmente. O número de acidentes continua alarmante – só óbitos são mais de 40 mil por ano. O custo disso ultrapassa os 50 BILHÕES de reais, anualmente; e a solução parece estar muito longe do nosso alcance.
Aqui temos uma análise fria da situação – sem a comoção da realidade cruel e impiedosa; e me parece ser este o problema daqueles que estabelecem as regras para todo esse “teatro”: FALTA SENTIR NA PELE! Sair de suas salas aconchegantes; do ar condicionado e das poltronas confortáveis para ver o sangue que se derrama no asfalto ao olhar aterrorizado daqueles que deveriam estar sob a proteção do Estado.
Aos profissionais do trânsito: não sejam coniventes com essa barbárie; aos alunos: não se limitem a buscar somente pela habilitação – cuidado com a falsa ideia de que você aprenderá tudo sozinho depois, no trânsito.